Duas tardes reúne contos de João Carrascoza que versam sobre assuntos comuns, do cotidiano, em uma ampla gama de situações. Aparecem na obra encontros familiares, envolvimentos amorosos, bem como o problema da desigualdade social e da violência no morro, além das dificuldades da imigração. Costurando esse variado e rico leque de situações, a prosa do autor sempre busca, no entanto, a sutileza da análise psicológica ou ainda faz emanar das coisas mais rotineiras um lirismo profundo que confere ao todo um ar especial, próximo do cinema.
A riqueza e a profusão dos sentimentos abordados, a delicadeza com que os contos são escritos fazem do material um veículo poderoso para que educadores e estudantes entrem em contato com o universo da intimidade, dos vínculos humanos e da beleza que reside na vida de todo dia, sem deixar de lado as questões candentes de nosso tempo, que serão lidas, com ajuda dos contos, de modo caloroso.
“Disso é feita a escrita de Carrascoza, de poesia que se quer silêncio, de miudezas que constroem o cotidiano, de melancolia, de lirismo"
Luiz Ruffato
João Anzanello Carrascoza nasceu em Cravinhos (SP), em 1962. É redator de propaganda e professor da ECA-USP. Com seu livro de estréia, Hotel Solidão (contos, 1994), foi vencedor do XIV Concurso de Contos do Paraná. Também são de sua autoria O vaso azul (contos, 1998), 1o prêmio na categoria Texto do Projeto Nascente (1996), e vários romances e histórias para o público infanto-juvenil. Carrascoza também participa das antologias Cuentos Breves Latinoamericanos (1998), O Decálogo (2000) e Geração 90: manuscritos de computador – os melhores contistas brasileiros surgidos no final do século XX (2001). Dos prêmios que recebeu, destacam-se o Guimarães Rosa – Radio France Internationale (1993) e o Eça de Queiroz (2000).